quinta-feira, outubro 05, 2006

Uma singela homenagem de uma filha eternamente grata...


Homenagem à papai

Dolores Puga Alves de Sousa

Neste momento, existe apenas um vazio. Simplesmente não sei o que dizer. Poderia dizer, talvez como todos dizem, que meu pai foi um homem maravilhoso e que toda sua vida não foi em vão...

Embora ele tivesse seus defeitos, que todos temos, eu sei e muita gente sabe que ele foi sim, um homem de bom coração e um pai maravilhoso, apesar de qualquer angústia que tivéssemos.

Mas não era isso que eu queria dizer pra vocês e pro meu pai. Embora exista as generalizações, eu buscava resgatar quem ele realmente era. A sua personalidade. E eu penso que é assim que ele gostaria que fosse.

Irineu não era aquela pessoa que eu encontrei em Araguari, naquela quinta-feira do dia 17 de Agosto: frio; pálido. Preferi cativar um pensamento que começou com um simples comentário deste dia e que, de certa forma, trouxe o meu pai de volta em minhas lembranças; como ele era.

Ele deveria estar com muita raiva de ter ido embora daquela forma. Muita raiva. Porque eu o conhecia. E era como se eu visse meu pai dizer ao anjo que o tentava levar: “Que é isso? O que você está fazendo? Eu não posso ir embora desse jeito, não! Meu lugar ainda não é aí! Meu lugar é aqui! A minha vida ainda tá muito confusa pra eu ir embora desse jeito!... Eu já falhei com meus filhos antes; não quero falhar de novo!

Ainda preciso puxar a orelha do meu filho, porque eu soube que ele tá de colesterol e pressão alta, não está se alimentando direito e anda passando mal. Eu preciso ver como a minha filha está. Eu não posso deixar ela sozinha... ela é sensível demais; não vai agüentar".

E, de repente, era como se aquele anjo o fizesse entender que o sofrimento pra ele não existia mais... E que ali onde ele estava, estava muito bem. Explicou que a única coisa que deveria fazer era aprender a perdoar algumas pessoas que passaram em sua vida; e alguns de seus irmãos, pra que sua família tivesse um pouco de união.

E ele entendeu. Entendeu que ao lado de meu avô e de minhas avós ele teria a paz necessária pra conseguir olhar e proteger todas as pessoas que o amavam e que hoje choram, não mais de tristeza, mas de uma saudade boa. Poderia, sempre que quisesse, visitar meu irmão e eu em nossas lembranças, nas pequenas coisas que deixou... a pipa grande, o violão, minhas cartinhas de criança, suas fotos....

E antes que percebesse, meu próprio pai tinha se transformado em um anjo. Um anjo de luz.

Essa é a mensagem que eu realmente gostaria de dizer a vocês e a meu pai. E terminar de um modo que não poderia ser diferente: nós te amamos muito pai... que você fique com Deus e que descanse em paz.

Obrigada.




1 Comments:

At 9:08 AM, Anonymous Anônimo said...

Ei puga. Que texto lindo. Bonita homenagem! Saudades... Bjão da silvia =';'=

 

Postar um comentário

<< Home