um abandono desordenado...
AUSÊNCIA
(adaptação)
Vinícius de Moraes
(adaptação)
Vinícius de Moraes
Eu deixei que morresse em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces, porque nada pude lhe dar, senão a mágoa de me veres eternamente exausta.
No entanto, a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida, e eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Mas não te quero ter porque sei que em meu ser tudo estaria terminado. Queria só que fugisse de mim como fé nos desesperados, para que eu pudesse levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixei... tu fostes e encostastes tua face em outras faces. Teus dedos enlaçaram outros dedos e tu desabrochastes para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui a grande íntima da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu fiquei só, como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas te possuí como ninguém, porque pude partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas, serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
No entanto, a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida, e eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Mas não te quero ter porque sei que em meu ser tudo estaria terminado. Queria só que fugisse de mim como fé nos desesperados, para que eu pudesse levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixei... tu fostes e encostastes tua face em outras faces. Teus dedos enlaçaram outros dedos e tu desabrochastes para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui a grande íntima da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu fiquei só, como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas te possuí como ninguém, porque pude partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas, serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
3 Comments:
Já que ninguém mais comenta o meu blog, eu vou comentar...
esse poema fez parte da minha vida alguns anos atrás... pra mim ele é lindo, surpreendente, mágico...
um bju pra todos os que visitam o meu blog!!
olá dolores... =o)
eu escrevo faz um tempo, mas me desculpe não ter visto o seu comentário, faz muito tempo que eu não posto naquele blog, estou postando mais no "tragos e poemas". Mas estou devendo umc onto pra mim mesmo ainda, se que vai sair em breve, duas semanas no máximo. Muito legal conhecer o teu blog estou entrando sempre... prometo comentar mais.. hehehe. =o)
bjos.. te adoro dólóres..!
nhaaa
sempre lindos posts
beijos dodo
te adoro!! :*
Estou com saudades!!!!!
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